As alcomonias são doces típicos do Alentejo Litoral, principalmente dos concelhos de Santiago do Cacém e de Grândola, sendo frequente encontrá-las em casas de particulares e nas festas e feiras tradicionais que se realizam nas localidades destes concelhos. Feitas com farinha torrada, açúcar amarelo ou mel, pinhão e água, as alcomonias foram, desde sempre, uma das principais atrações destes eventos.
A origem deste doce remonta ao período de ocupação árabe, sendo disso sinal a sua forma losangular, os ingredientes usados e, principalmente, o seu nome – Alcomonia, palavra de origem árabe que significa “da cor do cominho”. Baseada no modo de confeção árabe, a receita não só foi adoptada pela cozinha portuguesa, como também foi levada além-fronteiras, acompanhando a diáspora dos portugueses – sabe-se que no Brasil sofreram uma nova adaptação, sendo feitas com farinha de mandioca.
Atualmente, encontramos registo de duas variantes da receita, uma delas com mel e canela e outra com farinha e açúcar. Deixamos-lhe aqui os dois registos.
VERSÃO COM AÇÚCAR
Ingredientes:
- 1 l de água
- 2 kg de açúcar amarelo
- 2 kg de farinha de trigo
- 250 g de pinhões
Confeção:
Deite a farinha num tabuleiro e coloque a torrar no forno.
Leve a água ao lume com o açúcar. Quando estiver quase a ferver, adicione os pinhões e deixe ferver cerca de 15 minutos.
Junte a farinha torrada, pouco a pouco, mexendo sempre com uma colher de pau.
Quando a massa ganhar consistência, deite-a sobre uma superfície enfarinhada. Estenda depois com o rolo de cozinha até atingir a espessura desejada (pouco menos do que ½ centímetro).
Com uma faca, corte em forma de pequenos losangos e deixe secar ao ar.
VERSÃO COM MEL
Ingredientes:
- 1 colher (chá) de canela
- 1 l de mel
- 1 l de pinhões torrados (± 500 g)
- 100 ml de água
Confeção:
Leve o mel ao lume com a canela, mexendo sempre.
Quando o mel levantar fervura, acrescente a água e os pinhões torrados. Deixe levantar novamente fervura.
Retire a massa do lume e estenda-a, com o rolo de cozinha, numa superfície enfarinhada.
Sem deixe arrefecer os pinhões, para que não caiam, corte em forma de pequenos losangos e deixe secar ao ar.
Foto: www.cm-grandola.pt
Sou Berenice Pereira, uma profissional de sucesso no mundo da gastronomia, trabalhando como redatora e revisora das receitas de doces no site Cozinha Tradicional. Com mais de 40 anos de experiência como confeiteira, me tornei uma verdadeira especialista em doces e sobremesas, desenvolvendo habilidades únicas na arte de criar receitas saborosas e visualmente atraentes.
Adoro este doce, e como já os comi, e a cada vez que tenho a oportunidade de saboreá-lo ele desperta em nosso paladar sempre aquela nostalgia, aquele gostinho delicioso dos tempos das nossas avós um certo sabor de saudades.!!!
este doce deve ser preservado,porque e um dos maiores ícones da presença árabe em portugal,faz parte da cultura lusitana tradicional e totalmente ligado aos mudéjares ou moçárabes portugueses assim como as almojávesnas e arroz de almonjavas,alconcoras e tantas outras,enfim é a nossa história.!!!